Bem vindos ao Clube!

O Clube da História é um projeto de quatro professores de Brasília que acreditam que viajar é a melhor forma de aprender. Por que melhor do que falar sobre o que se leu, é falar sobre o que se viu...


Boa viagem!

Equipe Clube da História

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Caracas...

Fotos e Colagem: Eldon Clayton

 Hoje é o nosso último dia de viagem. Estamos em Caracas, capital da Venezuela. Saímos de Margarita no sábado 8h da manhã em um Ferry lotado, nem mesmo tínhamos lugares, viajamos no chão  e depois no restaturante. Foram 5 horas e meia para chegarmos em terra firme. Dalí pegamos um taxi para Caracas, pagando US$ 120,00. Seriam mais 5h de viagem  se o carro não estragasse. Gastamos quase 9 horas, passando por uma estrada cheia de curvas e lotada de carros.

Caracas e incrível, gigante em vias de desenvolvimento. Nos pintaram uma Caracas perigosa e violenta, mas em momento algum nos sentimos em risco ou ameaçados, pelo contrario, fomos bem recebidos. Ficamos Dal Bo Hostal, encravado no coração da cidade, do lado da Plaza Bolívar. Essa gigante metrópole pulsa em ritmo acelerado, oxigenada por um metro extremamente eficiente e barato, uma cidade cheia de contrastes. Nada inédito, afinal esse é o retrato de toda a América Latina.

A história do país aqui é vista por todos os lados. Os museus ñ cobram entrada e sao uma excelente fonte para saber tudo sobre Simón Bolivar, o libertador. Fomos em sua casa natal... uma volta à história do processo revolucionário Latino Americano.

A cidade é charmosa, inclusive vista de cima pelo passeio de Teleférico (45 bolivares ou bolos para os íntimos)  que percorre a distancia de 3,5 km para 2100 metros de altura, ficamos acima das nuvens. Subimos as 4h da tarde depois de 3h de espera. De um lado a cidade, de outro o mar. Era o último dia de férias da Venezuela e todos aproveitavam para se divertirem.. Voltamos as 7:30h da noite, vendo Caracas completamente iluminada!! La no alto, na Villa Ávila tinham muitas atraçoes circenses e arte de rua, parecía um lugar mágico, principalmente para os brilhantes olhos das crianças que contagiavam com alegria  o lugar com risadas, gargalhadas e aplausos. Alí nos divertimos e, sem dúvidas, repensamos silenciosamente o sentido de  felicidade.
A noite saímos para comer e fomos a um pub, vimos uma cidade fantasma completamente deserta, a noite de domingo já suspirava segunda-feira.

Ontem ficamos no hostal pela manhã, tendo uma aula de ¨chavismo¨, com nosso amigo Gustavo Dal Bo, o dono do hostal, e talvez agora podemos tecer alguma opinião sobre Hugo Chaves (em outro post quem sabe). Almoçamos no excelente restaurante de comidas típicas, El Budare. Quando passar pela Venezuela coma “salomo”, um tipo de bife bovino especial que é extremamente saboroso.

Pela noite conhecemos um amigo venezuelano do Aurélio, Carlos Alviarez (o bicho fala portugues) e já caia-nos a ficha de que nossa viagem chega ao fim. Estavamos com uma cara de tristeza e parecendo que haviamos perdido um ente querido. Como disse nosso amigo Camelo, a efemera sensação de liberdade se vai e chega a rotina. Mas estamos sem dúvidas prontos para mais um ano.

Que venha 2012!

Uma mensagem no portao...



Quando saímos do hostel em Margarita, achamos essa mensagem dos donos no portao, um casal belga super bacana. O fato é que passamos nas vidas das pessoas que nos encontraram na estrada, deixamos um pouco de nós e levamos um pouco delas...

Obrigado Carolina e Karel

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A Ilha de Margarita...

Por do sol em Juangrego. Foto: Aurélio Araújo

Ao ler o Guia do Mochileiro viajante para a América do Sul, não fazia idéia que a Ilha estava além de suas praias. Atravessamos o mar do caribe em um ferry boat e chegamos a ilha caribenha de Margarita. Entre a Playa de La Agua, Playa Parquito, La Restinga, Punta de Piedras, Isla de Coche, Juangriego e muito mais, conhecemos os quatro canto da terra onde se bebe mais rum do que qualquer outra coisa...

O caribe filtrou nossas cabeças dos problemas, das bigornas da realidade que nos pressionam todos os dias, aqui descansamos, aprendemos... por uma semana tivemos uma vida caribeña, sem planos, sem hora, sem preocupações. A preocupação era dormir ou ir a praia, havaianas ou descalço, caminhando ou de taxi? Isso nos ajudou a perceber que as vezes precisamos parar um pouco para simplesmente viver.

Em Margarita vimos o caribe e decidimos que temos muito mais para ver, de Margarita nasce um novo projeto para Cuba em 2013, em Margarita passamos o ano novo na beira da praia comemorando o fato de simplesmente estar, celebrando a vida. Cada um de nós superou muitos obstáculos para chegar aqui, cada um de nós sabe o que significa fincar a bandeira em mais um território. O por do sol em Juangriego nos lavou a alma e nos disse para seguir em frente, nunca deixar de ser quem somos e sempre buscar um novo desafio. Esses breves momentos de liberdade, dão mais sentido a nossa realidade, nos mostra por que trabalhar tanto. Desfrutar do sol se escondendo atrás do mar trás poesia para vida e tira um pouco da dureza do cotidiano.

O ônibus, o pé, o barco, o avião, o ferry boat nos levam a fortalecer quem somos, comemos por 5, 10, 30 e 100 reais. Dormimos bem, dormimos mal e não dormimos. A vida são as histórias que contamos do vivemos, mais do que ter eu quero e viver e aprender, aprendendo do meu jeito... aprender viajando.

Amanhã partimos para Caracas, lá saímos do espírito caribeño e entramos no mundo de Simón Bolivar e também, por que não dizer, no mundo de Hugo Chavez. Em breve, Fidel Castro nos aguarde!

domingo, 1 de janeiro de 2012

De Boa Vista a Puerto La Cruz

Hostel Villa Del Sol, Isla de Margarita!






Venezuela, este era o destino quando saímos do hotel de Boa Vista as 6:30h. O ônibus atrasou de 7:00 p/ 7:30 e depois para 8:40h tenho quase certeza que já viajei nesse mesmo ônibus na década de 80 quando ia visitar minha Vó, o bicho está judiado.




Atravessamos Roraima, um estado com belas paisagens muitas serras e uma vegetação rasteira, quase todo o caminho foi dentro de uma reserva indígena até chegarmos em Pacaraima para carimbar o passaporte e almoçarmos no único restaurante que tinha (um desses que nunca comeriamos numa viagem pelo centro-oeste), a comida até estava boa.


Atravessamos a fronteira carimbando o passaporte com uma senhora muito simpática, que me abriu um sorriso desejando boas-vindas, enquanto lhe dizia minha profissão.


A parte que adentramos na Venezuela era cortada por belas cahoeiras, um ponto de turismo de aventura, muito bem sinalizado e estruturado, porém simples. A estrada cortava uma mata e descia acentuadamente, o ônibus já estava até com cheiro de borracha queimada, mas sem dúvidas estávamos em um paraíso natural. Acho que hoje posso afirmar com uma certa propriedade: "Como é bonita a minha América do Sul! Já passei pelo chaco boliviano, pelos Andes, pelo Lago Titicaca, pelo pampa uruguaio, pelas praias de Punta del Este, pelo pantanal mato-grossensse, pela mata atlântica, pelas montanhas de Mina- Gerais, pelo cerrado, pelo rio Araguia, pelo Rio de Janeiro na serra do Mar, parte do Nordeste, pela bacia do Prata e a Amazônia ( tudo isso por terra ) e em
uma hora estarei admirando o mar da Venezuela, o Caribe Venezuelano. Me orgulho da beleza natural da nossa América." (Alfredo)


Estamos a quase 24 horas dentro desse ônibus, que apesar de velho não rateou uma vez sequer. A viagem está tranqüila e segura o ônibus foi parado umas cinco vezes pelo exercito venezuelano e tivemos que mostrar o documento 3 vezes, os soldados entram no ônibus alguns estavam armados com fuzis, mas em nenhum momento fomos ameaçados.


Jantamos ontem num restaurante bem simples que tinha tipo uma pamonha só que enrolada no papel alumínio ( nada boa) e arroz, macarrão e carne de vaca cozida (gostosa) e agorinha tomamos café, desde Manaus comemos nos mesmos lugares que os motoristas para não correr riscos, uma comida estragada ferra com a vida de um mochileiro, falando nisso fomos os únicos mochileiros nessa rota. (...)


E finalmente chegamos a Puerto de La Cruz, esperamos o Ferryboat de 6h da manhã até as 14h, momento que usamos para trocar dólares por bolivares e descansar e uma pousada bem fraquinha!! Depois ficamos cinco horas no mar até a ilha, essa foi a melhor reunião de negócios que já tive, está tdo fechado para o próximo ano! Kkkkkkkkkkk


E depois de descermos na ilha rodamos mais de 50 km até a pousada em que iremos ficar!!! Agora só tem um barulho que me incomoda: o do mar caribeño!! Bom, é isto... depois de 6000 km esse é meu destino!

De Manaus a Boa Vista

Alfredo e Aurelio aguardam o embarque na Rodoviária de Manaus
Foto: Eldon Clayton




De ônibus estamos cortando a Floresta Amazônica, é impossível não lembrar dos milhares de km rodados com o nosso projeto Clube da História, compartilhados com centenas de alunos e colegas professores (amigos) em momentos especiais e inesquecíveis. Estou sempre me perguntando: Será que iriam gostar!? Como seria trazer os meus alunos para a Amazônia!?


A estrada corta a selva, é só asfalto e mato. Como é exuberante a Amazônia, as árvores são gigantes, o verde é incrível assim como é a ignorância daqueles que a destroem inescrupulosamente. É de partir o coração ver as áreas desmatadas que se tornam um verdadeiro deserto, apos a acao violenta dos homens.


Pegar a estrada é uma oportunidade ímpar para a reflexão, repensar posturas, rever objetivos, tentar vislumbrar o futuro (por mais insólito que seja), avaliar os dois últimos anos e as novas escolhas.


Pra muitos uma viagem seria apenas balada, diversão e farra!!! As duas noites em Manaus tiramos para descanso, não da viagem mas de quase 700 dias de trabalho praticamente ininterruptos e quase sempre com 3 ou 4 projetos diferentes, quem nos conhece sabe, são praticamente 16 horas por dia dedicados ao trabalho, por isso escolhemos comer e dormir. E nada de restaurantes caros, mas sim hospedagem econômica em um quarto de Hostel com mais quatro camaradas.


Ah! Só para constar o nosso ônibus acabou de cruzar a linha do Equador.


Então dentro do ônibus nos aproximamos da realidade local, da vida simples como por exemplo onde almoçamos, a comida era no preço justo (10,00 com refri ) e muito saborosa em um restaurante simples na rodoviária e no nosso ônibus com muitas famílias, idosos, crianças amontoadas (duas por banco) precisam ver como os seus olhos brilham quando olham pela janela curiosos, parecem muito felizes. São 16:30 estamos adentrando no estado de Roraima e viajaremos até a madrugada a estrada é muito ruim.




A estrada estava horrível, uma calamidade cheia de buracos, poeira e muitas paradas. Enfim 01:26h chegamos pegamos um hotel na frente da rodoviária e sairemos as 6:00h rumo a Venezuela!




Como é quente essa Roraima...